messie nights / beautiful nights

Era um dos dias mais doces que há memória. Mas não daquela doçura que pega, daquela de que são feitas as goluseimas das crianças que nos marcam os dias quentes na esplanada com os avós. Essa fica para outra altura.

Era daquela doçura etérea como um cheiro que se vê quando o sentes. daquela doçura que existe nos olhos das crianças-adultos. Daquela doçura que te faz fechar os olhos, como as brisas nas manhãs de primavera, em que o mar ainda dorme e as sereias devolvem os marinheiros à costa, embalados pelas vagas e pelas luas cheias.

Desse dia fiz o meu futuro, um daqueles futuros que não se pensa, daqueles que só vês se parares de cantar. Sim cantar...

...cantar os versos do Sérgio, e de Brel e de Piaf, e de verdes anos que docemente te trazem letras de futuros que sonhaste. Esse dia foi rápido, enquanto vi passar os prados...

Alguém me disse um dia: Deixa-te ir, quem sabe a viagem não é longa e cheia de prados verdes com papoilas. Mesmo que o comboio pare, o cheiro a doce das papoilas ficará contigo.

...e assim parti. Atrás nada. À frente tudo.